Não mais, ou talvez ainda... uma recém-formada

Uma das minhas pendências pessoais neste blog era escrever sobre uma etapa que ainda é considerada muito importante na vida de alguém: os anos de faculdade. Acho que escrevo como uma recém-formada, mas me pergunto por quanto tempo poderei me valer dessa posição “recém”. Minha colação de grau foi em fevereiro de 2008, mas na prática eu já havia terminado meus estudos desde dezembro de 2007.
Esses foram sem dúvida os anos mais intensos e loucos da minha vida! Não voltaria atrás... talvez até voltaria para aproveitar mais, porém quem garante que eu o faria? Bem me lembro de minha chegada à Faculdade de Comunicação Social da UERJ, ainda com resquícios de uma adolescente tímida e com muitas inseguranças. Um ambiente ao mesmo tempo tão almejado e temido.
Chegar depois de mais de um mês de aula, por conta da última lista de reclassificados para o turno da manhã não foi a situação ideal. Lá fui eu para o meu primeiro dia de aula. A cabeça cheia de falações minhas. A turma já está formada! Vai ser horrível chegar agora. Estou morrendo de vergonha! Como serão essas pessoas? Daí, talvez uma pergunta: Você não estava também feliz por ter passado? Claro, claro, mas a tensão naquele dia era maior do que qualquer outro sentimento.
Para a minha sorte outras três pessoas chegaram junto comigo vindos da mesma famigerada lista de reclassificação. Tão facilmente nos juntamos e aguardávamos aquele mundo novo que se descortinava. Mal sabia eu naquele momento que depois, ao longo de quatro anos, as coisas se tornariam muito mais fáceis. Me acostumei com a minha turma, fiz amigos queridos. Fui até madrinha de casamento de uma delas!
Hoje, quando olho para trás, vejo o quanto eu mudei. Foi na faculdade que eu deixei escrever o texto para depois passar a limpo no computador (sim! Eu fazia isso!). Foi lá que eu me apaixonei ainda mais por literatura e filosofia. Eu também, por mais contraditório que isso pareça, conheci mais de Jesus e aumentei a minha amizade com ele. Conheci melhor o Movimento Estudantil Alfa e Ômega e vivi coisas muito legais com os meus amigos.
Sei que eu não sou a única a passar por mudanças. Eu as percebo nas outras pessoas que estiveram comigo nesse tempo também. É no mínimo curioso perceber que no início somos, em maioria, mais sonhadores e otimistas quanto ao futuro e à carreira escolhida. Ao final a realidade (estudada, teorizada e vivida) acaba vencendo. Em função disso, lá se vão mais mudanças: de ideais, de propósitos e do que mais? Pessoas tímidas se revelam ousadas, pessoas rabugentas conseguem tirar lá do fundo do fundo do fundo a sua melhor simpatia. Bem vindos ao mercado de trabalho! Ou seria finalmente, a maturidade?
E que siga a vida. Fico devendo a esse tempo: o documentário sobre meios de transportes, com a Carol Peixe; O livro “Você tem que acreditar” – uma auto-ajuda para trabalhos universitários, com orientação sobre como agir diante de professores excêntricos; Um outro livro que eu escreveria ainda como universitária, e que está estagnado em uma pasta do meu computador; Um livro sobre crônicas das histórias mais bizarras que eu ouvia ao ir e voltar de metrô para a UERJ; Decifrar os enigmas: porque aquelas frases em latim em alguns andares da universidade?; Fazer mais disciplinas de literatura; Fazer mais poesias; Escrever, escrever, escrever... foi isso que me levou até o jornalismo.

Comentários

jupepper disse…
eh... recém formadas! uau!
anos incríveis em que conheci pessoas mais incríveis ainda.
lembro tão bem daqueles primeiros períodos... vigília do AeO UERJ... QG`s... projeto BSB...bom saber que de tudo isso fiz amigos,como vc, que vou levar por toda a vida.
bjo
Andressa Pereira disse…
Que bela reflexão... Que você continue sendo surpreendida em seus anos seguintes...
E que eu daqui mais 3 anos e meio, como recém formada, possa fazer uma reflexão como a sua...

Beijos

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